A produção industrial brasileira recuou 0,2% na passagem de abril para maio deste ano. O dado, da Produção Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), foi divulgado nesta terça-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda veio depois de uma alta de 0,3% em abril, na comparação com março.
Por outro lado, a produção industrial teve alta de 7,1% na comparação com maio de 2018, depois das quedas de 3,9% em abril e de 6,2% em março. No acumulado do ano, houve queda de 0,7% no acumulado do ano. Já no acumulado de 12 meses, a produção não apresenta variação. De abril para maio, a queda foi puxada pelos bens de consumo. Os bens duráveis apresentaram um recuo de 1,4% e os semi e não duráveis caíram 1,6%.
No decréscimo de 0,2% da atividade industrial na passagem de abril para maio de 2019, 18 dos 26 ramos pesquisados tiveram taxas negativas, com destaque para o recuo de 2,4% em veículos automotores, reboques e carrocerias, que devolveram parte do avanço de 6,4% de abril. Outras contribuições negativas relevantes vieram de bebidas (-3,5%), couro, artigos para viagem e calçados (-7,1%), outros produtos químicos (-2,0%), produtos de metal (-2,3%), produtos de minerais não-metálicos (-2,1%) e produtos diversos (-5,8%), com todos revertendo o comportamento positivo do mês anterior: 3,5%, 5,8%, 4,5%, 1,4%, 0,5% e 3,6%, respectivamente.
Na direção oposta, entre os oito ramos com altas, o desempenho de maior importância foi registrado por indústrias extrativas, que avançaram 9,2%, eliminando parte do recuo de 25,6% acumulado nos quatro primeiros meses de 2019. O impacto positivo do setor de coque também ganhou destaque do IBGE. Os produtos derivados do petróleo e biocombustíveis apresentaram índice de 3,2%, resultado que interrompeu dois meses consecutivos de queda e acumulou perda de 4,9%.
Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo semi e não-duráveis (-1,6%) e bens de consumo duráveis (-1,4%) tiveram taxas negativas, com ambas eliminando parte do avanço no mês anterior: 2,8% e 3,3%, respectivamente. Por outro lado, os setores de bens intermediários (1,3%) e de bens de capital (0,5%) tiveram resultados positivos, com o primeiro interrompendo quatro meses consecutivos de queda, período em que acumulou recuo de 4,4%; e o segundo completando o quarto mês seguido de expansão e acumulando ganho de 10,0% nesse período.
Queda na média móvel trimestral
Conforme o IBGE, dentro da série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral caiu 0,4% no trimestre encerrado em maio, e manteve a trajetória descendente iniciada ainda em agosto de 2018. Entre as grandes categorias econômicas, bens intermediários, ao recuarem 0,7%, tiveram a quarta redução consecutiva, acumulando redução de 3,3%.
Já os setores produtores de bens de capital (1,4%), de bens de consumo duráveis (0,3%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,1%) tiveram avanços, com o primeiro crescendo pelo terceiro mês seguido e registrando expansão de 5,8% nesse período; o segundo marcando o quarto mês consecutivo de crescimento e acumulando ganho de 4,8%; e o último mantendo a trajetória predominantemente ascendente iniciada em janeiro de 2019.
Queda acumulada em 2019
No índice acumulado para janeiro-maio de 2019, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial caiu 0,7%, com resultados negativos em uma das quatro grandes categorias econômicas, 10 dos 26 ramos, 41 dos 79 grupos e 48,6% dos 805 produtos pesquisados. Entre as atividades, a de indústrias extrativas (-13,2%) teve a maior influência negativa, pressionada pelos itens minérios de ferro e óleos brutos de petróleo.
De acordo com o IBGE, outras contribuições negativas vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-8,0%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,8%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-9,6%), de outros equipamentos de transporte (-11,2%), de impressão e reprodução de gravações (-12,4%) e de produtos de madeira (-5,3%).
Por outro lado, entre as 16 atividades que ampliaram produção no período, a principal influência veio de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,5%), impulsionados pela maior fabricação dos itens automóveis, reboques e semirreboques, autopeças e caminhões. Outras contribuições positivas relevantes foram de bebidas (8,1%), de produtos alimentícios (1,7%), de produtos de metal (7,0%), de produtos de minerais não-metálicos (4,5%), de máquinas e equipamentos (2,1%), de outros produtos químicos (1,1%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (2,4%).
Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os cinco primeiros meses de 2019 mostrou menor dinamismo para bens intermediários (-2,0%), pressionados pela redução em indústrias extrativas (-13,2%), reflexo dos efeitos do rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração na região de Brumadinho (MG). Por outro lado, os setores produtores de bens de consumo duráveis (3,3%), de bens de capital (1,9%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (1,2%) tiveram taxas positivas no índice acumulado no ano.
Fonte: Correio do Povo