Correr, nadar ou levantar pesos. Não importa o tipo de atividade física: a ciência vem demonstrando que o exercício feito com regularidade previne uma série de problemas, como diabetes, osteoporose, alguns tipos de câncer, doenças cardiovasculares e até depressão. Mas o tiro pode sair pela culatra quando, no afã de se tornar uma ex-sedentária, a pessoa começa a frequentar a academia ou o parque sem metas claras e, ainda pior, exagera na prática da modalidade escolhida para tentar alcançar resultados rápidos. Esses e outros erros podem levar a um objeto bem diferente do inicialmente almejado: uma lesão, por exemplo. Veja abaixo como evitá-los:
1. Tenha um objetivo
Emagrecer? Ficar com a musculatura mais torneada? Ganhar mais fôlego? É importante ter um objetivo quando se inicia a prática de uma atividade física. “Se isso não for traçado, é provável que a pessoa tenha insucesso”, diz Luiz Acácia Branco, educador físico do Hospital Israelita Albert Einstein. É quase certo também que logo abandone o treino. Isso porque a falta de adesão ao exercício em geral ocorre porque não se tem uma meta.
2. Metas alcançáveis
Se por um lado começar a mexer o corpo sem ter uma meta pode levar tudo a perder, mirar num objetivo irreal também não é uma boa. Querer perder 5 kg em uma semana, por exemplo. “A pessoa não consegue alcançar esse objetivo e se frustra”, explica Luiz Acácio. Para perder peso de um jeito saudável, além da atividade física orientada, é preciso mudar os hábitos alimentares sob supervisão de um nutricionista.
3. Visite seu médico
Começar a se exercitar sem saber a quantas anda seu estado de saúde pode colocar sua vida em risco. Isso vale até para os aplicativos que já vêm com treinos prontos. Às vezes, a gente nem suspeita que tem hipertensão, uma doença silenciosa, ou mesmo diabetes. “O melhor profissional para encaminhar alguém para a prática de exercício é o médico”, diz Luiz Acácio. “O educador físico vai prescrever a atividade.”
4.Passo a passo
Os princípios do treinamento preconizam que, ao se iniciar a prática de uma atividade física, que deve-se começar, por assim dizer, pegando leve, com séries mais fáceis para, com a evolução do aluno, passar progressivamente a incluir exercícios mais difíceis. Ou seja, é um erro grave, por exemplo, dar o start na musculação levantando muito peso. O resultado não vai chegar rápido. O que pode rolar mesmo são lesões. “Começar a correr 10 km de uma hora para outra contribui para a ocorrência de uma lesão muscular ou ortopédica”, exemplifica Noel Oizerovici Foni, também do Einstein. Sem falar no risco de problemas cardíacos.
5.Devagar e sempre
Quem está acima do peso também deve começar devagar devido à sobrecarga nas articulações. A caminhada, nesses casos, é uma ótima opção para ganhar condicionamento cardiovascular e iniciar o processo de emagrecimento.
6. Aquecer é preciso
“Antes de qualquer exercício, é preciso aquecer o corpo, aumentar a frequência cardíaca para preparar o corpo”, diz Luiz Acácio. Isso faz com que as fibras musculares fiquem mais flexíveis, prevenindo lesões. Cinco minutos de caminhada moderada na esteira estão de bom tamanho.
7. Equilíbrio muscular
Nosso corpo é formado por grupos musculares. Existem os músculos chamados de agonistas e os antagonistas. Eles têm de trabalhar em equilíbrio. Em outras palavras, se for malhar o bíceps, um músculo agonista, tem de levantar peso também para o tríceps, um músculo antagonista. “Se um deles fica mais forte do que o outro, a pessoa perde a capacidade de sustentação do braço”, explica o educador físico. Fica o conselho: nada de trabalhar só um grupo muscular, como, infelizmente, muita gente faz.
8.Respeite os intervalos entre as séries
É durante essa pausa que são liberados hormônios como GH, que é responsável pelo crescimento dos tecidos do organismo. “Sem o intervalo a hipertrofia não vai acontecer”, explica o ortopedista Noel Oizerovici Foni.
9.Faça atividades complementares
Você corre? Alterne os treinos na esteira ou na rua com sessões de musculação. Trata-se de uma forma de fortalecer os músculos, sobretudo os mais usados na modalidade - nesse caso, os membros inferiores. Isso ajuda a prevenir lesões que podem advir da corrida. O combo vale para outras atividades também.
Fonte: Correio do Povo