A garotada do Grêmio deixou um bom cartão de apresentação a Renato Portaluppi, apesar do empate em 1 a 1 com o São Luiz, na noite desta quarta-feira. No último dia de folga do time que há menos de dois meses sagrou-se tricampeão da Libertadores, os meninos da transição suportaram a pressão da estreia a maior parte do tempo, demonstraram técnica e rapidez e cederam o empate só no final do jogo. Ainda haverá mais quatro rodadas para que as virtudes sejam consolidadas, até a volta dos titulares. Sábado, será dia de atuar na Arena, contra o Caxias.
A responsabilidade de representar o Grêmio na arrancada do Gauchão quase travou o time de transição nos primeiros minutos. Leve, a equipe de César Bueno enfrentou dificuldade com o gramado prejudicado pela chuva e sofreu diante da experiência do São Luiz. Já a dois minutos, Bruno Grassi teve de defender chute cruzado de Márcio Goiano, em jogada preparada por Gustavo Xuxa. A resposta, um tanto tímida, veio na arrancada de Pepê pelo meio, mas a conclusão, rasteira, foi para fora.
Até então, o predomínio era do São Luiz, um time recheado de jogadores com larga rodagem em Gauchões, que se impunham muitas vezes na base da força. Quando atacava, o dono da casa o fazia com muita velocidade, em arrancadas sempre perigosas de Gustavo Xuxa. Aos 13 minutos, ele arrematou com muito perigo, por cima, após assistência feita de cabeça por Michel. Tantas investidas davam muito trabalho ao volante Balbino e aos zagueiros Paulo Miranda e, sobretudo, Mendonça, o defensor que mais apareceu em lances aéreos.
Até que, aos 22 minutos, o Grêmio conseguiu ver traduzida em gol a qualidade técnica de seus meninos. Com um passe sutil, Pepê serviu a Leonardo por cima do marcador. No ato seguinte, o cruzamento do lateral foi forte, na direção de Matheus Henrique, que, mesmo cercado, teve calma para dominar e arrematar com força para deixar o Grêmio em vantagem.
A partir de então, as jogadas passaram a ser feitas com maior naturalidade. E sempre com a marca da rapidez. Pela direita, com Matheus Henrique. Pelo centro, com Lima, que sofreu muito com as faltas. Protegido por Balbino, Rodrigo Ancheta ganhou liberdade para avançar e, frequentemente, foi quase um atacante. Enfim, confirmavam-se as informações sobre as virtudes dos garotos da base. Mas ainda havia riscos. Como aos 28 minutos, em outro passe de Gustavo Xuxa, desta vez para Éder, que forçou Bruno Grassi a uma defesa salvadora.
Como nos primeiros minutos do jogo, o São Luiz voltou a tentar se impor no começo da segunda etapa. Nada que incomodasse o Grêmio, a essa altura já muito à vontade em campo, o que permitia a Guilherme Guedes, Matheus Henrique e Lima arriscar os dribles e provocar faltas do adversário.
Fragilizado pelo cansaço, o São Luiz quase sofreu o segundo gol aos 25 minutos. Em escanteio, Balbino acertou a trave esquerda com seu cabeceio e, na volta, Mendonça concluiu para fora.
César Bueno tentou retomar a agressividade com Thaciano e Lucas Poletto, mas o time havia reduzido a correria. No último esforço, o São Luiz avançou com Mikael, mas o atacante tentou simular pênalti. A expulsão de Paulo Miranda, por falta em Ronaldinho Gramadense, fragilou a defesa. Até que, aos 46, Ronaldinho Gramadense empatou.