A cerca de um mês para o início da colheita da safra do milho, na Região do Alto Uruguai, a previsão é de prejuízos por conta da falta de chuvas. Em Erechim, produtores estão derrubando plantações para alimentar o gado.
As perdas podem chegar a 15%, conforme e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). A plantação foi feita em setembro, mas a baixa umidade prejudicou o crescimento grão, em virtude dos quase 30 dias sem chuva na região, além das altas temperaturas.
O período que determina se a safra dará lucro ou prejuízo dura de uma a duas semanas. A formação do cereal é rápida, mas precisa da umidade.
Entretanto, no Norte do estado, e período - de novembro a dezembro - foi o que menos teve chuva. A tendência, segundo a Emater, é de que as perdas sejam de mais de 15%, sendo que em algumas regiões, o prejuízo podem chegar a 40%.
"Se a gente olhar essa perda, estamos perdendo mais de um milhão de sacas de milho que seriam utilizadas aqui na região do Alto Uruguai gaúcho. Portanto, vai haver mais necessidade de importação de milho pra nossa região", afirma o assistente técnico da Emater Regional RS, Luiz Angelo Poletto.
São mais de 46 mil hectares de terra usados para a produção do milho no Alto Uruguai. Em municípios como Áurea, que tem 1,9 mil hectares de milho plantado, as perdas são significativas. Algumas famílias perderam 100% da produção.
"A gente plantou, investiu bastante e, bem dizer, com 30 dias de sol, o sol forte terminou com toda a nossa produção. Todo o milho que plantou não só nessa área, mas nas outras que a gente planta, terminou. Por falta de água, acabamos perdendo tudo", lamenta o agricultor Nelson Inácio Stempkokski.
Argemiro Pedro Jakuboski diz que derrubou a plantação para transformar em alimento para animais. "Prejuízo é grande porque onde o cara ia colher mais de 150 sacas não vai colher 10 por hectare. Então não tem como viver, tá triste a coisa, conta.
Em Áurea, a maioria das propriedades está com as espigas verdes por causa da chuva dos últimos dias, mas apesar da cor, nem metade dos grãos se formaram.
"Mesmo com a volta da umidade, como é o caso agora, nos últimos dias a gente teve chuva, não reverte mais esse quadro. A gente teve uma perda muito grande na falta de enchimento de grão, a gente perdeu muita folha, isso acarreta em menos peso de sementes, questão mais técnica, que vai baixar a produtividade", detalha o secretário de Agricultura de Áurea, Renato Kujawinski.
Em 2016 foram produzidas em média oito toneladas de milho por hectare, mas a expectativa é menor, e o preço da saca, que variava entre R$ 25 e R$ 27 ainda é incerto para este ano.
A colheita está prevista para acontecer entre janeiro em março. Mas a situação tem feito com que muitos agricultores procurem a Emater em busca do seguro para as perdas na produção agropecuária.