Durante a folga, um policial militar de 33 anos realizou seu primeiro salvamento aquático. Ele estava em um pesque-e-pague com a mulher, que é enfermeira, quando viram um motorista perder o controle do carro em Pedras Grandes, município do Sul catarinense. "Fui lá para ver se ele [condutor] precisava de ajuda e não vi o carro. O carro estava capotado e afundando, indo para baixo da ponte", contou o policial Gédson Valentim Sozi. O acidente ocorreu na tarde de sábado (29).
"Tirei o celular do bolso e me joguei no rio. O cara estava pedindo socorro", afirmou o policial. Valentim contou que, em um primeiro momento, tentou abrir as portas do veículo, mas não conseguiu. Debaixo d'água, ele procurava se comunicar com a vítima: "Perguntei se tinha mais alguém no carro. Ele disse 'estou sozinho'. Depois, não falou mais nada".
Em seguida, o policial tentou abrir o porta-malas, mas também não teve sucesso. A gasolina vazou do automóvel e aumentou os riscos no salvamento. "O tanque estava cheio e ela ficou toda em cima do carro. Tomei um pouco de água, estava tonto já", relatou o policial.
Após muitas tentativas, Valentim conseguiu, enfim, abrir a porta do motorista. "Entrei dentro do carro, ele [motorista] estava inconsciente. Consegui puxar pelas pernas e braços. A hora que eu emergi, um senhor conseguiu puxar [o condutor] para fora do rio".
Sem batimento
Os momentos seguintes à retirada da vítima também foram tensos, segundo o policial. "As extremidades e o rosto estavam todos roxos. Ele não tinha batimento. A minha esposa [Franciele Kreutz] é enfermeira no hospital e fez massagem cardíaca". Quando a ambulância dos bombeiros chegou, o motorista já estava consciente, conforme Valentim. O policial também passou mal, teve enjoo e dor de cabeça. Ele e o condutor, de 35 anos, foram levados ao Hospital Nossa Senhora da Conceição, de Urussanga, Sul do estado.
O cabo contou que recebeu alta no mesmo dia e a vítima, na manhã seguinte. Depois do salvamento, ele teve contato com o motorista apenas pelo telefone. "Liguei, a família disse que ele estava bem, me agradeceu muito. A mãe [do condutor] me mandou muitas mensagens".
O policial tem 14 anos de carreira na Polícia Militar. Ele trabalha em Forquilhinha, no Sul catarinense.