Bolívia paga R$ 1,59 pelo litro da gasolina brasileira
Em geral
Publicado em 16/02/2017

Imagine você pagar R$ 1,59 pelo litro da gasolina. E que tal pagar R$ 0,89 pelo óleo diesel. Pois são esses os valores pagos pela YPFB, que é a petrolífera estatal boliviana quando compra o combustível da Petrobras. Vídeos que circulam nas redes sociais geraram revolta de brasileiros. Dos donos de postos de combustíveis de Goiás ficaram indignados. É que na gravação aparecem diversos caminhões com placas da Bolívia na unidade da Petrobras de Senador Canedo, que fica na Região Metropolitana de Goiânia, buscando o combustível. Em entrevista ao Gaúcha Repórter, o advogado do Sindicato dos Postos de Combustíveis de Goiás, Antônio Carlos de Lima, conta que o telefone na entidade não parou desde a divulgação do primeiro vídeo.

“A sociedade goiana começou a ficar revoltada, porque não entendia. E nós, do Sindiposto, ainda não entendemos direito. Porque hoje nós pagamos na gasolina da distribuidora R$ 3,40 e pagamos ao diesel R$ 2,91”.

O temor dos donos de postos e Goiás era de uma eventual concorrência desleal, já que o combustível poderia estar sendo distribuído dentro do Brasil. Mas receberam a informação que estava sendo levado para a Bolívia. Em nota, “a Petrobras afirma que possui um contrato vigente para comercialização de gasolina com a empresa boliviana YPFB e que os preços de exportação para a Bolívia estão alinhados ao preço da venda no mercado interno em Senador Canedo, sem os tributos”.

Para o advogado do sindicato dos postos de Goiás, a explicação não convence.

“Nós fizemos a conta e o tributo não chega a tanto. A questão é que no Brasil só quem fabrica a gasolina chama-se Petrobras Petróleo. E a Agência Nacional do Petróleo cria uma reserva de mercado chamada distribuidora. Então essa gasolina precisa passar obrigatoriamente pela distribuidora”, reclama.

Nota da Petrobras

A Petrobras informa que possui um contrato vigente para a comercialização de gasolina com a empresa boliviana YPFB e que os preços médios de exportação para a Bolívia estão alinhados ao preço da venda no mercado interno em Senador Canedo (GO), sem tributos.

A própria YPFB arca com os custos logísticos para transportar a gasolina até a Bolívia, assim como os eventuais impostos para a nacionalização do produto no país.

Sobre a gasolina comercializada no Brasil, incidem impostos federais, estaduais, tais como CIDE, PIS/COFINS e ICMS. No caso de Senador Canedo, os tributos podem aumentar o valor do produto vendido em mais de 100%. Portanto, não cabe a comparação entre os preços de exportação e preço final de venda no mercado interno.

Jir

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