Há exemplo de muitos municípios do Rio Grande do Sul, Santa Rosa, por questões financeiras, opta também por não realizar o Carnaval de Rua em 2017.
Segundo o Secretário de Desenvolvimento de Cultura e Esporte, Rafael Rufino da Costa, ”este ano, em virtude de diversos fatores, mas acima de tudo pela grave situação financeira que os municípios estão atravessando, a opção de nosso governo foi a de não realizar o Carnaval de Rua em 2017.
O custo financeiro para realização do Carnaval de Rua gira em torno de R$ 80 a R$ 100 mil, gastos com o cachê das escolas, em torno de R$ 10 a R$ 20 mil para cada uma das três escolas de samba de Santa Rosa, toda a parte de infraestrutura sonorização e a contratação de um carnavalesco de fora da cidade com vivência e experiência no ramo para criar e passar algumas orientações.
“Todo esse arranjo financeiro, que até certo ponto é alto, hoje acabaria nos prejudicando em realizar os diversos projetos dentro da cultura que serão desenvolvidos nesse ano. Quando eu fui presidente da Escola de Samba Unidos da Sulina nós sempre batíamos em cima da questão do planejamento, pois para uma escola de samba querer iniciar as atividades de criação e desenvolvimento das ações em Janeiro e desfilar em fevereiro, é humanamente impossível. É preciso pensar toda a questão do tema, organograma do desfile, alas e a mobilização do pessoal para construção das alegorias e carros alegóricos e, como tudo isso se trata praticamente de trabalho voluntário nós necessitávamos dessa mobilização e por mais que fosse feita com antecedência ela era pouco aceita pela comunidade, sendo muito difícil atingir os objetivos”, diz Rafael.
Para o secretário, “se tivéssemos começado uns quatro ou cinco meses antes a trabalhar esta ideia seria muito mais fácil, digo isso até pela questão da captação de recursos por parte das entidades, pois poderiam ser realizados diversos eventos para busca de fundos e também quanto a projetos de incentivo cultural via leis estaduais e federais. Tudo isso demanda tempo para ser trabalhado e acaba por ajudar tirando um pouco do ônus da prefeitura em ter que bancar praticamente todas as despesas do evento”.
A ideia da secretaria é de nos próximos meses chamar as entidades e as pessoas envolvidas nos movimentos culturais e que apreciam o carnaval para que possamos agir de uma forma planejada.
“Iremos sentar com as Escolas de Samba Unidos da Sulina, Turma do Alambique e Vó Isabel para que possamos ver num primeiro momento a organização interna de cada uma, e se possuem o desejo em continuar a participar do carnaval, e em cima disso, conversarmos sobre a criação de uma Liga de Carnaval.
A liga passaria a fomentar as instituições atuais, bem como, auxiliar na busca de novas, e também, que seja aliada na busca de ideias e sugestões de parcerias, dentre elas a questão financeira, como ocorre, por exemplo, em Santo Ângelo, onde a liga atualmente, possui um projeto aprovado pela LIC para realização do desfile nesse ano”, comentou o Secretário.
Dentro deste contexto a secretaria irá realizar oficinas culturais, dentre elas, canto e dança, que poderão conciliar com o carnaval, incentivando desde já a iniciação ao carnaval.
“Mas acima de tudo nós precisamos que a comunidade se mobilize, que ela queira o carnaval, não apenas na função de partícipe no dia do desfile, que ajude as escolas em seus eventos de mobilização, e com isso não se tenha a total dependência com o Poder Público, e sim a parceria”, finalizou Rafael.